A medicina ocidental está apoiada nas
ideias de Descartes (século XVII) que, em linhas gerais, considera o corpo
humano uma máquina, na qual cada uma de suas partes atua independentemente, com
funções específicas. Segundo Descartes, ao entendermos as partes, entenderíamos
o todo. Apesar de ainda sofrer muita influência dessas ideias, pesquisas
recentes em Ciência, nas últimas décadas, têm indicado que não podemos
considerar as partes do corpo isoladamente e que existe uma relação essencial
entre mente e corpo. Ou seja, não somos máquinas,
somos seres vivos, constituídos de partes que são interdependentes. Frente
a essa realidade, não podemos afirmar que a medicina ocidental esteja
totalmente desacreditada, mas em muitos países, as pessoas têm recorrido cada vez
mais a tratamentos não convencionais, baseados em ideias holísticas, na busca da
cura para suas enfermidades. No Canadá e França, por exemplo, 70% da população
têm optado por esses tratamentos.
No Brasil não tem sido diferente. A
cada dia que passa mais e mais pessoas procuram por tratamentos não
convencionais. Essa tendência se manifesta, inclusive, no nível das políticas
públicas já que o Ministério da Saúde aprovou, em 2006, a Política Nacional
de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, contemplando as áreas
de Homeopatia, Plantas Medicinais e Fitoterapia, Medicina Tradicional
Chinesa/Acupuntura, Medicina Antroposófica e Termalismo Social – Crenoterapia,
promovendo a institucionalização destas práticas no Sistema Único de Saúde
(SUS).
Vale a pena conhecer
a cartilha de orientações técnicas para implementação desta política que está
disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnpic.pdf.
Ou seja, um campo
aberto para todos os que praticam técnicas não convencionais para tratamentos
de saúde.
Luiza Ledesma
Historiadora da Ciência
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