Conversei muito com ela, no começo ela
respondia apenas sim ou não e de cabeça baixa sempre, mas, depois que eu
comecei a falar um pouco da minha infância ela começou, falou da
dificuldade que ela tem em se expressar (por isso as dores na garganta), do medo
dos colegas da escola (por isso a obesidade – proteção) e por fim disse que ela
se sentia um e.t. em todos os lugares que ia, mal sabe ela que continuará a se
sentir assim quando adulta.
A menina me fez lembrar meus dias como voluntária
do orfanato, Casa dos Inocentes, na verdade as internas que faziam voluntariado
comigo, elas começaram a cuidar de mim que tinha total ausência da
realidade e do presente, foi o melhor tratamento da minha vida! Eu
ministrava aulas de inglês para as meninas e elas me davam lições de moral e
choques de realidade, sem anestesia!
Um dia veio conversar comigo o famoso “Tio Arnaldo”
o coordenador da Casa, na verdade foi um monólogo e ele já tratou de
esclarecer: “Não é possível ser aceita por todos, o que é possível é construir
uma pessoa melhor todos os dias”. E eu fui embora com essa ”dica”.
Comecei a enfatizar as coisas que eu admirava (e
admiro) em mim, passei a olhar para mim com mais cuidado.
É um exercício que precisa de renovação constante.
Um tempinho atrás meu terapeuta, o Evaldo, que eu chamo carinhosamente de
“Profe.” (foi meu professor) pediu para eu fazer uma lista das minhas
qualidades, dos meus pontos fortes e das características que eu gostaria de
melhorar, e também das coisas que eu gostaria de diminuir a força, quando ele
viu a demora para sair a tal lista ele já tratou de me avisar: “Lu, vamos mexer
nisso ok?”.
E hoje, de fato e de direito, me aceito e não luto
para ser aceita. Uma coisa que serve somente para piorar o sentimento de
rejeição é insistir em ser aceito em algum lugar, grupo ou por alguém. A
pessoa que não te aceita talvez não tenha entendimento suficiente para suportar
a carga de informação que você traz, ou simplesmente gosta de outras pessoas ou
não gosta de nada e nem ninguém, o motivo não importa. Nós temos uma mania
incontrolável de querer saber o motivo das emoções das outras pessoas, nós não
sabemos lidar com nossa própria emoção, vamos entender a do outro? Por isso,
quando acontece comigo uma rejeição eu simplesmente sigo, com o eterno
exercício: exalto o que eu gosto em mim e admito o que eu não gosto (afinal só
é possível iluminar onde você sabe que está escuro).
Eu confio na pessoa que estou construindo para mim. Eu quem sou o arquiteto aqui!
Sugiro, assim como eu fiz, que faça um pacto de amor e fidelidade com você mesmo e diga no altar que existe dentro de você: sim, eu me aceito!
Eu confio na pessoa que estou construindo para mim. Eu quem sou o arquiteto aqui!
Sugiro, assim como eu fiz, que faça um pacto de amor e fidelidade com você mesmo e diga no altar que existe dentro de você: sim, eu me aceito!
Namastê (o Deus que habita em mim saúda o Deus
que habita em você).
Luciana Maciel
Naturopata e Taróloga
Comentários
Postar um comentário